Professora umbandista diz que foi proibida de dar aulas em unidade de Macaé-RJ, dirigida por diretora evangélica
As aulas de Literatura Brasileira sobre o livro ‘Lendas de Exu’, de Adilson Martins, se transformaram em batalha religiosa, travada dentro de uma escola pública.A professora Maria Cristina Marques, 48 anos, conta que foi proibida de dar aulas após usar a obra, recomendada pelo Ministério da Educação (MEC). Ela entrou com notícia-crime no Ministério Público, por se sentir vítima de intolerância religiosa. Maria é umbandista e a diretora da escola, evangélica.
"Fui proibida até por mães de alunos, que são evangélicas, de dar aula sobre a África. Algumas disseram que estava usando a religião para fazer magia negra e comercializar os órgãos das crianças. Me acusaram de fazer apologia do diabo!”, contou Maria Cristina.
Sacerdotisa de Umbanda, a professora se disse vítima de perseguição: “Há sete anos trabalho na escola e nunca passei por tanta humilhação. Até um provérbio bíblico foi colocado na sala de professores, me acusando de mentirosa”.
Negro, pós-graduado em ensino da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira, o diretor-adjunto Sebastião Carlos Menezes aguardará a conclusão da procuradoria para opinar. “Só posso lhe adiantar que a verdade vai prevalecer”, comentou. Pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, Sebastião contou que a diretora Mery Lice da Silva Oliveira é evangélica da Igreja Batista.
ATÉ CINCO ANOS DE PRISÃO
“Se houver preconceito de religião, acredito que deva ser aplicado todo o rigor da lei”, afirmou o coordenador de Direitos Humanos do Ministério Público (MP), Marcos Kac. O crime de intolerância religiosa prevê reclusão de até 5 anos. Em caso de injúria, a pena varia de 3 meses a 2 anos de prisão. O MP poderá entrar com ação pública penal se comprovar a intolerância religiosa. “Caso contrário envia à delegacia para inquérito”, explicou Kac.
Em 180 páginas, o livro ‘Lendas de Exu’, da Editora Pallas, traz informações sobre uma das principais divindades da cultura afro-brasileira. O autor da obra, Adilson Martins, remete ao folclórico Saci Pererê para explicar as traquinagens e armações de Exu. Um exemplar custa aproximadamente R$37,00.
Na introdução, Martins diz que ele é “um herói como tantos outros que você conhece”. Em Macaé, 35 alunos do 7º ano do Ensino Fundamental leram o livro.
O presidente da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, Ivanir dos Santos, garantiu que outros autores de livros, como Jorge Amado e Machado de Assis, sofrem discriminação nas escolas: “As ideias neopentecostais vêm crescendo muito, desrespeitando a lei”.
Por Ricardo Albuquerque, Rio De Janeiro.
http://odia.terra.com.br/portal/rio/html/2009/10/livro_sobre_exu_causa_guerra_santa_em_escola_municipal_42866.html
5 comentários:
Oi Célia!
Quanto tempo né! Como vai você?
Espero que esteje bem e esteja também recebendo as bençãos do Altíssimo!
Passei pra dizer que estou com saudades de ti!
E também para conferir as novidades do blog...Está reformulado né...Uma benção! E as notícias sempre muito boas!
Minha oração é para que Deus te encha a cada dia mais das bençãos Dele.
Grande beijo!
Paz do Senhor Jesus seja sempre contigo!
:D
Dureza, hein, Célia... e pensar que proíbem professores evangélicos de falar sobre a criação, em contraponto à teoria da evolução. É como diz um amigo meu, você pode falar o que quiser, as maiores asneiras, os maiores absurdos, as maiores heresias, em qualquer lugar, com qualquer pessoa. Mas experimente falar de Jesus... num instantinho a roda se espalha. Agora, Exu pode. Me pergunto: isso também não é desrespeito à fé das crianças evangélicas? Maranata! Volta logo, Jesus!
Outra coisa... visual novo! Ficou bacana! Logo agora que eu acostumei com o antigo. Mas é isso aí, estou tentando fazer um novo para o meu também, estou apanhando adoidado...
Li o livro "Lendas de Exu",a maior parte do livro fala sobre os sacrifícios de animais que devem ser feitos para agradá-lo:matança de galinhas, bodes e etc.Fala também de outros orixás como Iemanjá, que é comparada a todas as mulheres por ser falsa, oportunista e trair o marido.Na contracapa é dito que Exu,é protetor dos bandidos,mestre das traquinagens. Quantos "ensinamentos" para os alunos!Em suma o livro é de cunho religioso sim,e é duvidoso que a professora,que é sacerdotisa de Umbanda não tenha tentado induzir os alunos para a sua religião.
O livro também fala que ele é arruaceiro, deus dos desvalidos, além de protetor de ladrões.
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